Data Representação de um calendário 03/10/2017

Saiba como é trabalhar num acampamento americano

Saiba como é trabalhar num acampamento americano

Para fugir da rotina e ter uma nova experiência, a intercambista Ana Luisa embarcou no Camp Counselor USA nos Estados Unidos. Neste programa você tem a oportunidade de passar as férias trabalhando num acampamento de verão americano.

Veja como foi:

“Existem milhares de formas nas quais eu posso tentar descrever essa experiência, mas acredito que nenhuma, nem todas juntas, seria o suficiente pra representar tudo que vivi, tudo que mudou. É o tipo de coisa na vida que tu tem que viver pra saber.

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Quando decidi fazer intercâmbio, quando eu encontrei a CCUSA e quis ser uma Camp Counselor USA, quando eu comecei essa jornada com vocês, em todos esses momentos, eu senti uma grande empolgação, ansiedade, alegria e medo por ter feito essas escolhas.
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Mas em nenhum momento eu imaginei (ou sonhei) que o resultado seria assim tão incrível, tão enriquecedor e inesquecível, tão surreal. Aliás, não só o resultado, mas cada dia vivido nessa viagem. Eu não conseguiria ter imaginado isso, porque o que vivi foi de fato uma experiência completamente nova, uma (des)rotina que escapa de tudo aquilo que eu tô acostumada. E não tem como esperar por aquilo que nem se conhece.
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Cheguei em Windsor Mountain e senti uma enorme alegria por estar lá. Afinal, pra quem passa a infância assistindo Operação Cupido e sonhando em um dia conhecer um acampamento de verão, quando esse sonho se torna tão concreto, fica bem difícil de acreditar e absorver toda a alegria – é um sentimento que não consigo nem colocar em palavras.
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E assim começou a jornada, cada dia, cada momento, um descobrimento e uma vivência novos: dormir em um Bungalow (e depois numa Tree House), ouvir os sinos que chamam para cada atividade e cada refeição, esperar ansiosa pelas refeições incríveis e novas e cheias da cultura estadunidense, cantar e tocar violão numa campfire, comer s’mores, acordar cedo num dia frio e ir com a equipe toda pro lago pra dar o tradicional pulo que inaugura o verão.
Viver 24 horas por dia em contato com a Natureza e sendo responsável pelo divertimento e bem estar  de crianças, dar aulas de música, olhar para o céu à noite e ficar estupefata com a quantidade de estrelas que tomam a nossa vista e que só são vistas num lugar como aquele, entre outras tantas experiências maravilhosas que chegavam inesperadas e que faziam magia.
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Cada segundo vivido naquele lugar trazia uma sensação cada vez maior de pertencimento. Foi assim que algo inesperado aconteceu: depois de algumas semanas como parte do staff de Windsor Mountain, comecei a sentir a necessidade de que aquela não fosse minha última vez lá.
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Quando comecei a buscar por um intercâmbio, eu queria poder respirar novos ares, viver experiências diferentes, pra poder voltar renovada e conhecendo mais a mim mesma.
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Eu não sabia que acabaria encontrando algo diferente: naquela pequena cidadezinha chamada Windsor, em New Hampshire, nos Estados Unidos, encontrei um lar. Um lar que só é lar pelas pessoas que conheci e que me tocaram e me inspiraram, um lar que só é lar pelas vivências, pelas memórias que carrego de lá.

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Preciso esclarecer um ponto: não foi fácil. Eu não conheci um paraíso. Não vivi um verão de descanso e relaxamento. Muito pelo contrário. Encontrei um lugar onde enfrentava desafios diariamente, vivi um verão de aprendizado, de esforço, de emoções fortíssimas.
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Mas cada desafio era superado através de uma energia muito boa que existia lá. Cada frustração, tristeza, decepção, eram consoladas pelas pessoas que eu havia conhecido há tão pouco tempo, mas que já haviam se tornado amigas, ou até irmãs. Ou seja, até mesmo nos momentos de dificuldade, até mesmo nos dias que era quase impossível conter o choro, tudo aquilo valia a pena.
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Valia a pena, porque a vida lá era repleta de sentido e significado, porque as pessoas enchiam nosso coração de sentimentos inexplicáveis, porque as músicas nos tocavam como nada igual, porque os abraços, as palhaçadas, as lições eram transformadores. E me transformaram.
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Depois de ter passado este verão sendo camp counselor, ensinando e aprendendo música (voltei sabendo tocar um pouco do violino), sendo a amiga e irmã mais velha das minhas campers de 9 a 11 anos pra alegrar elas no dia-a-dia, abraçar elas na hora de deitar e ouvir suas angústias e dar consolos nos momentos de homesickness, entre tantas (TANTAS) outras experiências, eu voltei pra Porto Alegre uma outra pessoa.
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Surpreendentemente, eu que esperava voltar cheia de respostas, encontrei ainda mais dúvidas. E encontrei uma vida aqui que, mesmo com toda a rotina, com a escola, com a família, com os amigos, não consegue chegar nem perto da vida com tanto significado que ficou lá.
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E com todos os desafios e dificuldades do verão, nenhum se compara a esses que estou passando aqui, tentando absorver a vida desse ponto de vista diferente, aprendendo a ressignificar as relações com as pessoas e os lugares daqui e a lidar com um sentimento que há bem pouquinho tempo eu nem sabia que existia e que hoje me  abate de maneira tão forte, do acordar ao adormecer: campsickness.
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E no meio dessa tempestade de sentimentos e vontades, no meio dessa confusão e montanha de dúvidas, existe uma certeza que bate forte no meu peito e que me guia no dia-a-dia: Windsor Mountain é meu lar, todo o staff é minha família, e é nesse lugar e com essas pessoas que quero passar o verão estadunidense de 2018.”
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