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Au Pair na França: Talita conta a sua experiência

Au Pair na França: Talita conta a sua experiência

A Talita foi trabalhar como Au Pair na França pela Intercultural de Foz do Iguaçu e conta como está sendo sua integração à cultura francesa, a relação com a família e a vivência do idioma francês.

Chegada à França

“Cheguei na França dia 2 de setembro. No sábado aproveitei bastante com minha irmã e meu cunhado que estavam na cidade. Passamos o dia inteiro caminhando pela cidade luz, nos principais pontos turísticos, jardins e parques que são um mais lindo que o outro, e no fim, fizemos um piquenique com alguns parentes às margens do Sena. No domingo não tivemos muito tempo juntos, porque eles tinham que pegar o avião para ir pros Estados Unidos e eu tinha que pegar meu trem pra Bordeaux

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Talita e sua cunhada em Paris

Cheguei sozinha na estação, com uma mala gigantesca e mais uma pequena de mão. Em várias estações de Paris, não tem elevador nem escada rolante. Foi na força bruta mesmo! Haha Ainda bem que o pessoal de Paris, apesar de ser mais fechado, é bastante educado e todo mundo que passava se oferecia pra subir minhas malas pela escada e também pra colocá-las dentro do trem. A Gare du Nord de Paris (estação de trem) oferece wi-fi livre, porque isso me salvou nas várias horas que esperei sozinha (valeu, gerência! Haha).

O trem foi extremamente pontual e, depois de menos de 2h de viagem, cheguei ao meu destino final. Que cidade mais linda!! Nos arredores, já dava pra ver as vinícolas… Tive uma ótima primeira impressão da cidade. A minha mãe foi me buscar na estação com o filhinho menor e, como já era quase noite, só comi, tomei um banho e dormi.”

A família

“Moro com uma família numerosa! É o casal (Stéphanie e Pierre) e mais 4 filhos: Ulysse (18), Noé (16), Merlin (10) e Roman (5). Ah, não posso esquecer da avó, mãe do Pierre, que mora num “puxadinho” atrás da casa. O nome dela é Michelle e é ela quem se ocupa do jantar, geralmente. Uma história de vida muito bacana! Obviamente, eu só sou responsável pelos dois filhos menores. Dentre as minhas tarefas, estão: levá-los pra escola duas vezes na semana, buscá-los todos os dias, brincar com eles, levá-los pro parque e dar banho. 

Tive sorte de ter uma família bem justa e generosa! Eu não preciso me preocupar com nenhuma refeição: eles sempre cozinham pra toda família, exceto no almoço, quando eu fico sozinha em casa, normalmente. Nem preciso lavar roupa ou ajudar nas tarefas, o que é uma mão na roda.

As crianças já estão acostumadas com estrangeiros, porque essa família recebe au pairs há muito tempo, então elas são compreensivas em relação a mim e ao meu francês. São bem disciplinadas. Uma ou outra vez, o menorzinho faz uma ceninha, mas nada anormal pra uma criança da idade dele.

Eles têm horário pra dormir, não podem assistir à tv sempre (talvez por isso leiam bastante!) e fazem várias atividades/esportes. E eles comem tudo que tem na mesa! Haha Nada de frescura com comida. Se eles fizerem birra pra comer, a mãe manda e eles obedecem.

Tem sido legal poder viver com uma família, assim, tradicional. Óbvio, tenho que me acostumar ao estilo de vida deles, à dieta deles, aos costumes diferentes, o que às vezes pode ser um pouco difícil.

Também é um desafio morar com tantos homens, já que morei com mais mulheres a minha vida toda. Mas tenho me adaptado bem. Graças a Deus, até hoje, não houve nenhum problema com a família, nenhuma briga ou desentendimento (mesmo quando eu cometi um erro), o que eu considero bem positivo, visto que o primeiro mês tende a ser o mais complicado. “

Adaptação à nova rotina

“A família me acolheu bem, a mãe me disse desde o início que eu podia mexer em tudo ali da cozinha pra saber onde ficam as coisas, que podia comer tudo que quisesse, mas, mesmo assim, me lembro de acordar de madrugada, assustada, sem saber onde eu estava.

Me lembro que tive dificuldade em ir pra o banheiro à noite porque não conhecia bem a casa. E também de como me senti esgotada por causa do francês: pela manhã, parece que meu “botãozinho” ainda não estava ativado e eu só conseguia pensar em português. 

Foi uma semana difícil porque tive que aprender a usar o transporte público, começar a me virar na cidade, explorar os lugares, enviar documentos relacionados ao meu visto, fazer nivelamento e pagamento na escola de francês, ir ao banco inúmeras vezes pra abrir minha conta, com um tempo frio e chuvoso, atípico pra um final de verão francês. 

Ao mesmo tempo, foi uma semana de encantamento! Eu não podia ver as crianças falando francês, que já soltava um “ouuunnnn”, de tanta fofura! A cidade é LINDA e as pessoas são queridas e educadas. Todo mundo diz “bonjour” e “bonne journée” em todos os lugares. O transporte público funciona muito bem (ônibus, bondinho, bicicleta).

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Macarons (acima) e canelés (abaixo)

Não podia passar na frente de uma “pâtisserie” sem que meus olhos fossem seduzidos pelos doces e olha que nem sou chegada! Enfim, foi, definitivamente, a semana que mais demorou a passar. “

Fazendo novos amigos

“Na quinta-feira, depois de 5 dias, eu ainda não tinha saído à noite, já que não conhecia ninguém. Tamanho era o desespero por fazer amigos (meu curso só começaria na 2ª semana) que comecei a procurar pessoas por meio do Couchsurfing (rede social para hospedagem e conhecer viajantes do mundo inteiro).

Foi assim que conheci a Sol e a Agostina, duas amigas argentinas que estavam pela cidade e também queriam conhecer pessoas. Marcamos de ir tomar algo na sexta pra conhecer o centrinho pela noite. Fomos ao La Cueva, bar argentino perto da famosa rue Sainte-Catherine e conversamos bastante!

Ah, como eu estava feliz!! Especialmente por estar falando espanhol, que é um idioma que domino. Hahaha Bom, passei uma noite tranquila e agradável, e fui convidada pra ir com elas a Saint-Émilion, um vilarejo a menos de 50km de Bordeaux. As meninas tinham alugado um carro, então, era o plano perfeito!

No sábado, antes do almoço, partimos pra essa comuna tão charmosa, que é conhecida pelos maravilhosos vinhos que produz. Saint-Émilion tem menos de 2 mil habitantes e recebe, aproximadamente, 1 milhão de visitantes por ano. Devido a sua imensa riqueza cultural, foi inscrita no Patrimônio Universal da Humanidade pela UNESCO. 

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Acho que eu não tinha ideia do que viria a ver! Parecia uma cenário de filme: igrejas e capelas no estilo gótico, catacumbas, galerias subterrâneas e suas adegas, restaurantes charmosos… E tudo gira em torno do vinho, afinal, são mais de mil anos de viticultura e, hoje, mais de 100 Châteaux. Vale muito a visita!! Inclusive, devo voltar nessa semana com alguns amigos meus. Pra quem pretende ir para lá, dá pra ver tudo em um dia. 

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