Data Representação de um calendário 21/09/2017

Intercâmbio na África: Jésica conta como foi a experiência

Intercâmbio na África: Jésica conta como foi a experiência

O intercâmbio voluntário na África da Jésica terminou, mas a experiência ficará marcada para sempre em sua vida. Saiba como foram os últimos dias dela em sua viagem.

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“É interessante notar que realmente parece haver um “chamado”. As pessoas que estão aqui não precisam estar aqui. Elas estão por um motivo inexplicável: o amor.

Nesse momento, o projeto Ikhayalethemba conta com 4 voluntários estrangeiros. Alemanha, Itália, Netherlands e Brasil se misturam para viver a África.

Os perfis são tão diferentes e ao mesmo tempo com os corações tão iguais, que você entende que a linguagem do Bem é universal.

Além de nós, a equipe do @ikhayalethemba_project é inigualável. A sinergia entre eles, o respeito, a amizade, são coisas mágicas de se ver.

Na linha de frente, porém sempre ao lado, está “Mama Susan”. Aquela mulher forte, com brilho nos olhos e largo sorriso ao falar do projeto e conquistas. Aquela que as crianças escutam e respeitam – mais que os próprios pais, talvez.

Comandando as aulas de reforço para as crianças menores, Sanele. Um jovem tão especial que irradia compaixão.

Por ele ter vindo da mesma comunidade e base que as crianças, é um exemplo para elas de formação. Ele é quem cativa em inglês, xohza ou africanz – os idiomas que são falados aqui. Tudo junto, ao mesmo tempo!

O que aprendi de tanto ouvir: Kuhlala phantsi! “Sentem-se!”

Na cozinha, Mama Nohma é a majestade. É o tempero dela que te faz salivar ao chegar na hora do almoço. Com sorriso mais tímido, você teme um pouco adentrar o território dela. Mas logo o coração de mama te cativa e você encontra ali o abraço carinhoso típico.

Com a doçura do chocolate, a Miss Nicolete orienta o time dos voluntários. Com paciência e respeito, ela te ensina imediatamente o quanto você precisa amar esse projeto. É a professora de tarefas oficial e que espanta a preguiça das crianças.

Completando o time, outras 2 professoras comandam as classes para as salas mais velhas. A terapeuta ocupacional integra a atenção e cuidado. Ambas com sorrisos gostoso e fala carinhosa.

Todos juntos. Construindo um caminho de mais oportunidades, acesso, informação e, claro, muito carinho.

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Uma viagem que me fez voltar com excesso de bagagem, cheia de amor. Uma experiência a qual me entreguei e fui. De olhos fechados e peito aberto.

Pessoas que nem nos meus melhores desejos imaginei cruzar.
Eu voltei.

Com olhares que perseguem meus pensamentos, cruzando o oceano. Com abraços apertados que continuo sentindo nas minhas pernas.
Vozes me chamando. Choros pedindo minha atenção. Mãozinhas procurando as minhas. Eu voltei, mas fiquei lá.

Ficou lá um pedaço de mim. Ficou minha vontade eterna de que todas aquelas 120 pessoinhas sejam abençoadas por Deus. Ficou meu desejo de que a vida seja boa com todas elas. Que aqueles sorrisos sejam constantes.

E me perguntam: quis trazer alguma? Não. Quero que elas vivam com a importante base de uma família e de um lar. Quero que a carência de carinho seja diariamente saciada por aqueles que elas amam. Que o Spider Man nunca decepcione. Que a Minnie continue mágica.

Quero que, de alguma forma, eu tenho plantado a semente do Bem gratuito. Mas, mais do que isso, quero que elas sigam comigo. Estou órfã, mas orgulhosa.

Uma experiência que agradeço várias vezes ao dia poder ter realizado.
Fui levar a luz e voltei com uma constelação de pequenos anjos brilhando dentro de mim.

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