Data Representação de um calendário 14/03/2014

Um fim de semana prolongado em Buenos Aires – Parte II

Um fim de semana prolongado em Buenos Aires – Parte II

Nossa diretora de marketing Marina estava procurando uma viagem que fosse rápida, barata e cheia de opções gastronômicas e culturais. Foi então que ela decidiu passar um fim de semana prolongado em Buenos Aires.

Ela já contou AQUI como foram os dois primeiros dias (sexta e sábado) da viagem.

No post anterior, fala da chegada, da moeda, dos meios de transporte na cidade, e dá dicas de bares e restaurantes incríveis, do passeio pelo bairro Palermo Soho, onde ficou hospedada, e da razão que motivou a ida, o show do Rod Stewart.

Agora, ela conta a segunda parte da viagem:

Fiquei tão animada em contar do show do Rod Stewart no outro post, que acabei por ali mesmo e esqueci completamente que, depois do show, ainda fomos jantar, e caímos por acaso em um restaurante maravilhoso chamado Bernata.

O restaurante ficava na esquina do nosso hotel Palermitano, na Uriarte 1610, mas nunca reparamos nele, até que estávamos voltando do show, tínhamos pedido para o taxista nos deixar num bar que achamos legal, ele nos deixou um pouco longe, chegando na frente o bar estava fechado e decidimos então ir em direção ao hotel, porque meu pé estava em frangalhos. No caminho, demos de cara com o Bernata, tava com uma cara quase de fechando, perguntamos se ainda estava aberto e estava.

Nossa surpresa foi que, ao olhar o menu, vimos as indicações de um prato com uma estrela Michelin.

Como vocês podem imaginar, um restaurante estrelado no guia Michelin não é muito barato. Mas estamos em Buenos Aires. Para os padrões argentinos, diria que é caro. Mas, para os padrões brasileiros, de caro não tem nada, e essa é a beleza de Buenos Aires.

A maioria dos pratos são tapas, para se pedir vários e beliscar, e é por isso que encarece, porque dá vontade de pedir tudo. Mas alguns dos pedidos podem ser feitos também em pratos, com porções maiores. O prato com estrela Michelin é um dos exemplos. Como estávamos só no belisquete, resolvemos apostar nas tapas. Além da carta de vinhos, há um menu só de Gim-Tônicas. Fiquei fã.

Para terem uma ideia, o Tataki de Vaca con Aceite de Brasas, o prato estrelado, custava 75 pesos na versão tapa, e 145 pesos na versão prato completo, o que na nossa matemática simplificada de dividir tudo por 10 para ter o valor em dólares, dava menos de 7 ou 14 dólares, respetivamente.

Foi um dos melhores da viagem. Além disso, pedimos Croquetas de Jamón Serrano, Brochetas de Vieiras, e Arroz Negro com Calamares. Uma prova de que, às vezes (eu diria muitas vezes), mais vale se perder numa viagem e dar de cara com uma surpresa boa do que seguir um roteiro muito engessado, sem espaço pra improvisar.

A gente sempre corre o risco de a surpresa não ser tão boa, mas como saber sem arriscar, certo? Descobrimos um restaurante maravilhoso e já quero voltar! Fiz questão de bater uma foto dele no dia seguinte, à luz do dia, pra não esquecer:

No domingo, acordamos um pouco mais tarde e fomos pro centro de Buenos Aires, para chegar até a Feira de San Telmo.

Como já disse no ultimo post, cedo e tarde são conceitos mais alargados lá em Buenos Aires. Como vocês podem ver das fotos do metrô e de uma das principais ruas do centro de Buenos Aires, para os padrões de lá, ainda era cedo. Pegamos o subte na Plaza Italia e descemos na Catedral.

Visitamos a Catedral de Buenos Aires e a Plaza de Mayo, com a sua Casa Rosada.

Atravessamos a Plaza de Mayo e começamos a caminhada pela Feira de San Telmo, que é uma feira de antiguidades, arte e artesanato que acontece aos domingos, na rua Defensa, desde a Plaza de Mayo até a Plaza Dorrego.

Neste caminho, as ruas ficam lotadas de barraquinhas e banquinhas no meio da rua e nas calçadas, com os turistas caminhando pelo meio. Mais próximo à Plaza Dorrego vão se concentrando as lojas de antiguidades mais especializadas.

Caminhamos desde o início e foi uma caminhada relativamente longa, por causa do calor. A rua fica super cheia, então tem que ter paciência para percorrê-la.

Compramos nossa garrafa antiga (sempre trazemos uma coisa pra nossa casa da viagem) e estávamos com sede! Foi então que lembramos de ter passado no caminho por um bar e visto a placa dizendo que era patrimônio cultural da cidade. Então, pensamos, temos que conhecer, né?

O nome do bar é Seddon, fica na Calle de la Defensa, 695, esquina com a Calle Chile, é super antigo, como vocês podem ver das fotos abaixos, mas mais importante de tudo, serve a cerveja mais gelada que já tomei em Buenos Aires!

Aí, voltando em direção ao metrô e, também na Defensa, escutamos um tango tocando. Olhamos e era um quintal, com uma faixa de Choripan Asado (alô, praia Brava!), aquela fumaceira de linguiça na brasa, eis que entramos e damos de cara com um casal dançando tango! Assim, no meio da fumaça do choripan! Para quem não mora em Florianópolis e não está acostumado com os turistas argentinos, o Choripan nada mais é do que chorizo e pan, ou seja, pão com linguiça.

Nós não quisemos ir num show de tango, daqueles turísticos, porque, como já tínhamos o show do Rod Stewart no sábado, achamos que faltaria tempo para ir nos bares e restaurantes que queríamos ir, e, mais especificamente, porque meu marido achou que seria um pouco “turístico” demais, pra não dizer cafona.

Como eu já tinha ido (adoro um programa turístico), não insisti. E eis que somos presenteados com esse casal, no meio de todo aquele choripan, sem pirotecnias, bem “roots”, mas cheio de emoção, dançando “Por Una Cabeza”, o clássico dos clássicos no tango, de Carlos Gardel, que ficou mais popular depois que Al Pacino fez seu personagem cego rodopiar com uma desconhecida em Perfume de Mulher. Não poderia ficar mais argentino do que isso.

De lá, continuamos nossa caminhada e, depois de tanta cerveja, não tinha jeito de eu chegar no hotel sem antes fazer um stop básico para vocês sabem exatamente o quê.

Eis que dou de cara com essa portinha, de fora já pareceu simpática e, lá dentro, um hambúrguer que me pareceu sensacional. Sim, dei uma olhadinha no caminho. Pareceu delicioso! E só não paramos para comer porque nosso jantar do dia seria gourmet. Mas na próxima eu volto.

O La Panadería de Pablo, na Defensa, 269, em San Telmo, seria o nosso plano original de tomar um brunch, mas que sabiamente trocamos pelo Seddon Bar. Não que a Panadería fosse ruim, não chegamos a experimentar, só entrei pra dar uma olhadinha e pareceu super legal, mas tem horas que dá sede, né?

Voltamos de metrô para Palermo Soho, depois demos mais uma caminhada pelo bairro:

E paramos no La Salamandra, que é considerado o melhor dulce de leche de Buenos Aires. Compramos alguns pra levar pra casa… A melhor pedida é o Postre La Salamandra Mozzarella Fresca Fior di Latte y Dulce de Leche, um abuso calórico de mussarela fresca e doce de leite. Sensacional!

De volta ao hotel, esperamos baixar um pouco a comilança e… fomos jantar…

Nosso escolhido foi o restaurante de Hernán Gipponi, localizado no Fierro Hotel, na Soler, 5862, em Palermo. Ele é o número 49 da lista de 50 melhores restaurantes da América Latina em 2013.

Escolhemos o menu degustação, harmonizado com vinhos. Foram 7 pratos e 7 vinhos (3 brancos, 3 tintos e 1 de sobremesa). O menu custa 300 pesos e a harmonização 190, totalizando 490 por pessoa. Para o casal, dá menos de US$ 100, sem considerar a gorjeta.

Não sou fresca pra comida, adoro até uma dobradinha bem-feita, mas não gosto de ver ou pensar que estou comendo bucho de vaca. Mesma coisa acontece com a língua. Tava muito com cara de língua. Mas os lagostins, o peixe, o arroz com mini-lula e o cordeiro estavam fenomenais. A sobremesa idem. Então, valeu muito à pena! E assim acabou nosso domingo.

Na segunda-feira, fomos até a Livraria El Ateneo. Já disse antes que o que mais tem em Buenos Aires é café, bar, restaurante e livraria! Da rede El Ateneo tem várias, mas a mais linda é a da Santa Fe, 1860, no Edifício Grand Splendid, que é um teatro antigo transformado em livraria. É considerada uma das livrarias mais lindas do mundo!

Depois, fomos dar uma volta nas Galerías Pacífico, um shopping na Calle Florida.

De lá, partimos para nosso último programa em Buenos Aires, o histórico Café Tortoni, na Avenida de Mayo, 825, em atividade desde 1858. O café foi frequentado por grandes nomes da cultura argentina, Jorge Luis Borges, Carlos Gardel e Alfonsina Storni.

Mas só vá até lá se for pelo valor histórico ou pela beleza do lugar, que realmente é encantadora. A comida, em si, não vale à pena. Pedi um sanduíche muito sem graça. Fiquei arrependida de não ter ido na Hamburguesería da foto lá de cima. Pra compensar, de sobremesa, um único e melancólico churro.

E, de lá, para o hotel, que gentilmente nos deixou fazer um late check-out sem nem pedirmos, então pudemos entrar novamente no quarto, fechar as malas e ir para o aeroporto. Dessa vez de táxi, mais barato, mas sem ar condicionado.

Chegamos cedo, no check-in não tinha ninguém. O balcão da Gol é um pouco escondido, mas o pessoal foi muito atencioso, e fomos para o portão de embarque. Passamos pela segurança e depois pela imigração. Sim, há uma também na saída, então chegue cedo mesmo no aeroporto, porque a fila é lenta.

E assim encerramos esse fim de semana prolongado na capital porteña, certos de que teremos que voltar logo.

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